Descrição enviada pela equipe de projeto. O museu é como um novo texto sobre o que já foi escrito, com uma materialidade pesada e leve ao mesmo tempo, que remete o passar do tempo das envelhecidas pedras do Palácio, através da construção de um edifício simples e compacto, uma construção consciente de que a máxima flexibilidade e possibilidade somente são possíveis dentro de uma ordem rigorosa. A escolha projetual utiliza os materiais do Palácio Real e sua digna construção como caráter, com uma disposição contemporânea ao mesmo tempo pesada e leve, opaca e transparente.
O modelo tipológico do museu refere-se decididamente a tipologia contemporânea do museu linear com um percurso descendente, tão próprio dos museus urbanos modernos. Uma tipologia museológica que permite a fácil convivência em um caminho principal através de todas as coleções, com outros percursos alternativos que facilitam a visão pontual de alguma das peças ou coleções, entendidas de forma autônomas.
A arquitetura do museu é sóbria e austera, consciente da responsabilidade do contexto no qual está inserida, mas também consciente do momento em que está sendo construída. A qualidade espacial conectada com a precisa construção de espaços de grande dimensão estrutural concede dignidade à arquitetura por sua solidez, funcionalidade e escala.
As grandes alturas requeridas para a exibição das coleções, assim como as grandes dimensões das diferentes áreas, impõem ao Museu uma estratégia de composição estrutural próxima a das grandes infraestruturas contemporâneas, o que dota a construção de um realismo pragmático que evita exageros formais onde não são necessários.
Desta forma, a estrutura recebe grande importância na organização espacial do museu, que se configura a partir da repetição seriada de um conjunto de pórticos de concreto branco nos quais a marcação da estrutura repetitiva qualifica o espaço de tal modo que a estrutura, a iluminação, as vistas e o espaço esfumaçam suas fronteiras e intercambiam seus atributos tornando o conjunto uma peça única.